Semana da Mobilidade Urbana evidencia a falta de planejamento urbano no país

– 21/09/2023 –

Entre os dias 18 e 25 de setembro são realizados eventos da Semana Nacional da Mobilidade, que têm o ápice com ações que evidenciam o Dia Mundial Sem Carro (22 de setembro). O objetivo é promover debates e sensibilização da sociedade sobre a maneira como nos locomovemos nas cidades, estimulando a reflexão sobre o uso do automóvel e outras possibilidades de mobilidade mais sustentáveis.

A mobilidade urbana é um conceito bastante discutido nas políticas públicas que envolvem o planejamento das cidades. Trata-se do modo como a população urbana se locomove pelos espaços geográficos urbanos, além de interferir diretamente no bem-estar social da população. Pode ser entendida como a maneira das pessoas transitarem nos espaços urbanos, seja de maneira individual (a pé, bicicletas, motocicletas e/ou carros), seja de maneira coletiva (ônibus, metrô, trem, etc.). Esse conceito é essencial no planejamento urbano, pois influencia de maneira decisiva na qualidade de vida nas cidades.

Por se tratar do direito de ir e vir das pessoas, a mobilidade urbana está diretamente ligada ao processo de urbanização das cidades. No Brasil, esse processo teve sua acentuação com a chegada das grandes indústrias, em meados da década de 1930. Tais indústrias se concentraram em poucas áreas. A industrialização acelerou o êxodo rural. Essa migração acelerada comprometeu a mobilidade gerando graves problemas urbanos.

Todas as pessoas possuem o direito de ir e vir. Mas, parte da população não consegue exercer esse direito, justamente porque não há mobilidade urbana. É preciso fazer um planejamento adequado para que as cidades fiquem mais acessíveis a todos, com ou sem mobilidade reduzida ou deficiência. Por isso se faz necessário um planejamento de mobilidade urbana que está ligada ao processo de urbanização das cidades. E, também com base no uso dos meios de transporte sem agressão ao meio ambiente.

A arquitetura vem se transformando, e incorporando referenciais mais sustentáveis, com isso reduzirá os impactos ambientais. Alguns arquitetos apontam para uma tecnologia que cause menos impactos e para garantir uma arquitetura mais sustentável, isso chama-se “nova arquitetura”. É papel dos arquitetos e urbanistas, em conjunto com as autoridades responsáveis no âmbito municipal, estadual e federal, ajudar a resolver esse problema.

A mobilidade depende de ações ousadas e coordenadas dos setores público e privado. Para isso, é necessário financiamento, avanços tecnológicos, políticas inteligentes e inovações. Somente assim será criado um ambiente sustentável, melhorando a produtividade.

Em Natal

A Prefeitura do Natal, por meio da Secretaria de Mobilidade Urbana (STTU) e parceiros, realiza nesta sexta-feira (22) um passeio ciclístico especial saindo da Arena das Dunas até a rotatória de Ponta Negra com retorno ao ponto de saída, entre 19h e 22h.

De acordo com o arquiteto Carlos Milhor, do Departamento de Engenharia de Trânsito da STTU, a ideia principal “é incentivar os deslocamentos urbanos sem o uso do carro e promover outros modos de viagens urbanas como bicicleta, patinete, skate, patins, ônibus e trens.”

Dados da Organização Mundial da Saúde revelam que mais de 90% das pessoas em todo o mundo respiram ar impróprio, causando 6,7 milhões de mortes anualmente. Além disso, outras 1,35 milhão de pessoas são vítimas de sinistros de trânsito em todo planeta. Esses índices envolvem ainda os óbitos causados por sedentarismo.

Mobilidade urbana é fundamental para que haja mais fluidez no trânsito, mantendo a segurança de todos, a agilidade nos deslocamentos, além da organização dos espaços públicos e da preservação do meio ambiente.

Mobilidade urbana é qualidade de vida!